FÍGADO
É o maior órgão sólido do corpo humano. Tem várias funções como o processamento e armazenamento de nutrientes que vem do intestino, fabrica substâncias que ajudam na coagulação do sangue, produz a bile que ajuda na absorção de nutrientes pelo intestino, produz proteínas e ajuda o organismo a eliminar toxinas. O câncer de fígado pode começar nele mesmo ou Hepatocarcinoma, ou ser secundário (metastático), vindo de outro órgão, principalmente cólon, reto, mama, pulmão, dentre outros. Nesse tópico vamos tratar apenas do Hepatocarcinoma, tumor com alta incidência no mundo inteiro, principalmente na Ásia. Outro tumor primário do fígado, o Colangiocarcinoma, se origina dos canais biliares intra-hepáticos, tem tratamento semelhante ao Hepatocarcinoma. Os principais fatores de risco são consumo abusivo de álcool, hepatites B e C, hepatite autoimune e doença hepática gordurosa não-alcoólica, uma inflamação do fígado causada por acúmulo de gordura (Esteatose), associada a diabetes e síndrome metabólica. Os principais sintomas são perda de peso, dor no abdômen superior direito, perda de peso e apetite, febre, náuseas e vômitos, inchaço no abdômen, caroço duro embaixo das costelas do lado direito, icterícia que deixa os olhos amarelos e a urina escura, coceira e agravamento da hepatite ou cirrose. O diagnóstico é feito através de provas laboratoriais e análise da função hepática, tomografia, ressonância magnética, biópsia por punção ou laparoscópica. O tratamento depende da extensão da doença e presença ou não de cirrose associada, levando sempre em consideração o estado clínico do paciente. A equipe é extensa envolvendo cirurgião oncológico, oncologista, radiologista, radioterapeuta, equipe de transplante, nutricionistas e enfermeiros. Dentre as opções de tratamento temos a retirada parcial do órgão, ablação por radiofrequência, quimioembolização, imunoterapia e transplante hepático.
VIAS BILIARES
Tratamento do Colangiocarcinoma Intra-Hepático e da Vesícula Biliar:
O que você precisa saber?
Como a grande maioria dos tumores do aparelho digestivo, a cirurgia é a principal forma de tratamento do Hepatocolangiocarcinoma e do Carcinoma da Vesícula Biliar.
Cada cirurgia deve ser planejada caso a caso, pesando as condições funcionais do paciente, doenças associadas, extensão da doença e riscos relacionados, permitindo um tratamento personalizado. Drenagem biliar pré-operatória para melhora da icterícia é mandatória na maioria dos casos. Embolização portal para aumento do fígado remanescente é importante.
A hepatectomia (retirada cirúrgica de parte do fígado) é o principal tratamento com intenção curativa, feita em combinação com a retirada de gânglios linfáticos regionais e a reconstrução do trato biliar. Ressecções vasculares podem ser necessárias se houver invasão tumoral.
Se trata de cirurgia de alta complexidade, sendo importante sua realização por equipe treinada e experiente em Cirurgia Oncológica Avançada.
Nos tumores da vesícula biliar, a cirurgia mais comum é a retirada da vesícula junto com a retirada de parte do fígado, onde a vesícula está aderida, e a linfadenectomia da região dos vasos hepáticos. Em casos selecionados, essas operações são realizadas de forma minimamente invasiva através da Laparoscopia.
Quimioterapia pode ser usada em caráter adjuvante ou complementar à cirurgia ou de forma paliativa.
PÂNCREAS
Glândula que fica por trás do estômago e intestino, em localização retroperitonial junto ao duodeno, que possui função endócrina produzindo a Insulina e regulando os níveis de glicose no sangue, e função exócrina, quebrando alimento em partículas para que possam ser absorvidas pelo intestino. O câncer de pâncreas representa 2% dos casos da doença no Brasil e 4% das mortes. Os principais fatores de risco para a doença são fumo, obesidade, idade maior que 55 anos, diabetes tipo 2, pancreatite crônica, histórico familiar, com as síndromes familiais de câncer sendo responsáveis por 10% dos casos (Mutação em BRCA1 e BRCA2, Síndrome de Lynch e mutações no PRSSI). Diagnóstico é feito através de provas laboratoriais com o marcador tumoral CA19-9 elevado em cerca de 80% dos casos. Lembrando que esse, assim como outros marcadores tumorais não são específicos para o câncer podendo se elevar inclusive em condições benignas. Se utiliza tomografia com protocolo pancreática e ressonância magnética na suspeita da doença e identificação de massa tumoral. Biópsia quando indicada deve ser feita preferencialmente por ecoendoscopia. As chances de cura estão diretamente associadas ao diagnóstico precoce e ao tratamento correto da doença, que envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia. A sequência do tratamento depende da extensão da doença ao diagnóstico.